9.4.04posted by Ruy Barros
11:39
jack_world@hotmail.com
Barroso, meu, desculpa lá tratar-te por tu, mas entre arrogantes é mesmo assim (o Saramago concorda).
Desde já gostaria de salientar que tem sido um verdadeiro desafio viver sob o teu Governo.
Mormente gostaria de afirmar que me é extremamente difícil descortinar algo de negativo, na tua brilhante actuação enquanto Primeiro Ministro desta Grande Nação.
Realmente só uma pessoa como o tu, com o teu “sentido familiar”, poderia ter a genial ideia de encerrar a escola dos meus filhos mais novos. Eles desta forma irão ter a possibilidade de passar mais tempo com a família.
A tua política de juntar a família é de enaltecer.
Queria também agradecer-te pelo facto de me teres fornecido (a um custo meramente simbólico), o transporte dos meus bens. Um despejo é sempre bem-vindo, é claro que eu não poderia continuar as suaves prestações que me eram exigidas, uma vez que fui despedido ao abrigo do teu programa “ Família Unida é Família Feliz “.
Voltar a viver com os meus pais tem sido maravilhoso, a propósito, eles pediram-me para te agradecer pelo aumento das suas reformas, eles dessa forma já podem comprar a cola para a placa de dentes, que pensam um dia poder vir a comprar, obrigado meu.
Neste momento a única pessoa que trabalha nesta casa é a minha esposa, por favor, seria possível fazeres com que também ela fosse despedida? Os miúdos têm saudades dela.
Sei que também tens filhos e sabes a falta que faz o amor de mãe.
Por falar em filhos, o meu mais velho, o Asdrúval, está ao que parece muito feliz, não consegui perceber exactamente onde ele está, porque a carta que recebi não tinha remetente, mas pelo que ele escreveu deve de ser um sitio fantástico, ele afirmou ter comida, roupa lavada e televisão, tudo de borla. Só estranhei o facto de no fim da carta o Asdrúval dizer que as visitas eram às terças-feiras.
Vê lá tu que quando o Hermenegildo (é o meu filho mais novo), soube de todas estas regalias que o irmão estava a usufruir, reclamou veemente que também ele quer ir para um lugar igual.
Por fim, amigo Barroso, queria-te dizer que são pessoas como o tu que fazem com que a palavra “emigrar”, volte a fazer sentido.
És o maior.
Comentários:
